Hoje escrevo sobre o lado ‘escuro’ da maternidade, aquele que ninguém fala e o que tantas de nós sentimos em muitos dos nossos dias.
Existe uma tendência para romantizar a maternidade, mas felizmente nos últimos tempos os padrões têm-se quebrado e já se fala um pouco mais na dura realidade que o ser mãe é. E não adianta dizerem que não, porque como tudo na vida existem dois lados, duas faces, duas versões.
Gostava que me tivessem dito que havia este lado. Que nem tudo são rosas, que existem momentos para lá da exaustão, capazes de anular qualquer limite sobre ser mãe. Capazes de testar a nossa paciência, a nossa sanidade mental, o nosso cansaço e os limites quer físicos quer psicológicos.
Sabemos que este lado existe, mas é quase como um - aquilo que toda a gente sabe, mas que ninguém diz- não sei se por vergonha, se por medo, se por receio de julgamento. Mas não mães. Acreditem que não estão sozinhas. A jornada da maternidade é comum e transversal a todas as casas e famílias. Os desafios são diários a vários níveis e por isso, é que esta partilha se torna tão importante.
A de saber que estamos juntas, que as birras existem, que as lágrimas também (e está tudo bem), que existem crianças com desafios maiores que outras e que não existem mães perfeitas.
Gostava de não me sentir à beira da loucura cada vez que não queres fazer a sesta e eu preciso de descansar, que inicias uma nova etapa que eu ainda não consigo compreender e lidar com ela ou cada vez que há uma birra que me tira por completo do sério. E não adianta. Existem dias assim mesmo como são, uma porcaria.
Por isso, por mais difícil que te pareça.
Não estás sozinha.
Sou igual a ti, e estou aqui.
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