Amamentação: O farei diferente com o meu segundo filho!



Seja do primeiro ou do segundo filho, todas nós passamos pela pressão de querermos ser a perfeição de mãe em pessoa. Desde o parto, pós-parto, amamentação e os valores que lhes queremos transmitir a expectativa é muita.

Do primeiro filho, não fiz qualquer preparação para o parto, amamentação ou fosse o que fosse, pela condição de uma ameaça de parto pré-termo e um internamento de um mês. Lembro-me que acordava com o pensamento de “é só mais um dia” e me deitava com um “mais um que já passou, estamos bem.” E assim foi até ele nascer.

Depois veio o pós-parto, aquele momento avassalador e transformador na vida de qualquer mulher. Que não me canso de dizer que se embeleza até mais não, e que para mim, de beleza muito pouco tem. É duro.

Sobretudo a questão do amamentar. Desmistifica-se a coisa com um - não te preocupes, se não deres mama não vais ser pior ou melhor mãe por isso - mas a verdade é que há sempre uma voz da sociedade que impinge a perfeição de mulher a amamentar até a criança quiser, os dois quiserem, quanto tempo o tempo desejar.

O início foi bom (achava eu), até ter tido uma mastite devido à descida do leite que me levou a dias exaustivos. Para ajudar à pouca paciência, juntou-se os mamilos gretados e do nada um “o seu filho não está a aumentar o que é suposto”. Erradamente, introduzi os mamilos de silicone - estúpida. Traduzindo isto por miúdos, tinha tudo para correr bem, e correu tudo mal. Amamentei até aos 4 meses, entre LM e LA, uma condição de refluxo, uma suposta perca de peso, até que com a introdução alimentar, o Rodrigo rejeitou completamente a mama.


Dei tudo por tudo para manter aquela ligação só nossa, por fazer aquilo que achava correcto para ele, para mim, para nós. Comprei uma bomba de leite, levava dias e noites a tirar leite, a fazer livre demanda, a ler dicas de como fazer a amamentação fluir e para que funcionasse como era suposto. O stress foi imenso, o desgaste físico e emocional nem se fala, em prol de algo que deve ser um equilíbrio e um bem-estar mútuo. Foi tudo menos isso.

Traduzindo isto por miúdos, há coisas que não vou repetir, outras tantas que farei exactamente igual. Como não existem dois bebés iguais, veremos como corre, sem pressões. Porém tenho presente o que farei de diferente:
  • Pedir ajuda sobretudo na fase da descida do leite
  • Pedir ajuda a profissionais especializados, para que possam ajudar com a pega, e pedir conselhos e ajuda sempre que achar necessário
  • Confiar mais em mim e no meu corpo
  • Ouvir-me mais
  • Não ligar a comentários e opiniões de terceiros - cada experiência é uma experiência
  • Oferecer o biberão mais tarde - existem outras alternativas
  • Não me reger tanto por percentis e comentários no centro de saúde /pesagem
  • Fazer mais pele com pele
  • Não stressar tanto e não colocar tanta pressão e expectativas durante esta fase de adaptação mútua - o que tiver de ser será
  • Aceitar que é desafiante, e saber de igual forma que existem picos de crescimento e dias menos bons, que fazem com que o bebé esteja mais necessitado de colo e de mama

Acima de tudo, confiar mais em mim/nós. Com calma. 



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